Política contemporânea discutida de maneira contemporânea, porra!
 

Rafael nasceu na década de 80. Seus amigos o chamam de Rafa. Sempre curtiu escutar Legião Urbana e, segundo seu pai, aprendeu a ler com gibis da Turma da Mônica. Gostava de ir no cinema assistir aos filmes da Xuxa e depois jogar futebol com os amigos no campinho perto da casa dele.

Com cerca de 16 anos começou a beber cerveja. Se apaixonou por aquela que desce redonda. Às vezes toma algo mais forte, que desce macio e reanima, ou até mesmo aquela que é sempre uma boa ideia. Curte ir em uma roda de samba aos sábados, pois como muitos, ele se auto entitula “eclético”, mas nunca se atrasa para a missa aos domingos pela manhã. Vive em uma das muitas capitais do Brasil e tem um emprego estável que banca seus pequenos prazeres em dois sétimos da semana.

Domingo passado, no entanto, ele estava animado mais que o normal. Não via a hora de começar o Super Bowl. O grande jogo tinha finalmente chegado. Seahawks contra Broncos. Deu aquela cochilada depois do almoço e mal prestou atenção ao tradicional jogo de domingo à tarde. Quando já era noite lá estava ele grudado na televisão para o grande evento. Ele só se esqueceu de uma coisa: não sabia absolutamente nenhuma regra do chamado “Futebol Americano”.

Este pequeno relato te parece familiar? Para mim, muito! O famoso Super Bowl, que é a final do campeonato de futebol americano vem ganhando mais e mais seguidores e apaixonados. A cada começo de ano lá estão de novo os times que passaram uma temporada inteira jogando sem que ninguém ao menos se lembrasse que eles existiam, a não ser os verdadeiros fãs do esporte. Seus comerciais especialmente desenvolvidos para os valiosos 30 segundos em um dos intervalos do jogo são perfeitos. Por 4 milhões de dólares, hão de ser.

O que isso realmente mostra? Eu te digo. Soft Power. Os Estados Unidos não apenas é o país com a maior economia do mundo e com o maior exército do mundo (fatores fundamentais para a manutenção do poder) mas também é o campeão em enraigar sua cultura em países a milhares de quilômetros de seu território, e é isso que se chama Soft Power.
Esse conceito nascido há cerca de 20 anos e desenvolvido por Joseph Nye vem cada vez mais e mais sendo utilizado por países competentes para o fazer. A idéia principal é basicamente INFLUENCIAR outros países através da cultura, de um modo geral, para trazer benefícios nacionais. Não é necessário dizer que Estados Unidos e Inglaterra estão entre os que mais se destacam nesse tipo de prática.

Mas não pense que isso só se dá no campo do entretenimento. Há pouco tempo atrás algumas poucas pessoas se incomodavam em “comemorar” o Halloween. Hoje em dia temos o Halloween, Sait Patrick´s Day, Black Friday e logo mais comemoraremos o “Thanksgiving” e o Ano Novo Chinês. O Soft Power vem se aprimorando em várias áreas. Na diplomacia, onde um maior número de diplomatas em determinado país aumenta a influência de certo modo. Na educação, quando já é explícito, hoje em dia, o business por trás de pesquisas, citações, professores e universidades. Nas missões culturais, na arquitetura, na promoção de eventos internacionais e por aí vai.

O Brasil também faz um pouco sua parte com relação ao Soft Power. Um bom exemplo disso são as telenovelas que são apresentadas em países como Portugal, Cuba, Espanha e México. Pense comigo: Você acha que um estrangeiro acompanhando uma novela brasileira em Portugal estaria mais ou menos propenso a comprar um chinelo Havaianas caso ele visse a marca em um supermercado? Pois é! Descobriu-se que é possível se utilizar dessa persuasão ao invés do Hard Power, que é exatamente a coerção, uso de força militar e sanção econômica.

Agora voltando ao Rafael. Se ele tivesse nascido na década de 90, talvez pudéssemos descreve-lo assim:
 
Rafael gosta de ser chama de Rick. Curte escutar The Strokes. Começou a gostar de ler com Harry Potter e já leu todos do Sidney Sheldon. É fanático pelo Barcelona, mas sempre que pode assiste aos jogos do Lakers. Hoje em dia, aos finais de semana não dispensa uma Heineken mas quando vai pra balada não passa sem uma Smirnoff com Red Bull. É doido por restaurante japonês mas sua sobremesa favorita é petit gateau. Estuda em uma universidade federal mas seu grande sonho é fazer uma pós em Harvard.
 
Capisce?

 
O Palácio de Buckingham deveria ser aberto para receber visitantes pagantes quando a rainha não estiver na residência, sugere um relatório preparado por uma comissão do Parlamento britânico.

O Comitê de Contas Públicas fez a sugestão após analisar os gastos da Casa Real, departamento que gerencia e administra os negócios oficiais da rainha Elizabeth 2ª.

O relatório concluiu que as contas deixaram um rombo de 2,3 milhões de libras (cerca de R$ 8,4 milhões) no Sovereign Grant, fundo de 31 milhões de libras (cerca de R$ 124 milhões) de dinheiro público dado à rainha todo ano para gastar em suas funções oficiais.

O dinheiro, repassado pelo Tesouro, é usado para pagar os gastos com compromissos oficiais, funcionários e a manutenção dos palácios. O rombo teve que ser coberto com um fundo de reserva. 

Artigo completo em: UOL Notícias

 Comentário:

"A Inglaterra, que está uma posição abaixo do Brasil como maior economia do mundo, sente a necessidade de cortar gastos com a, literal, realeza.

Aparentemente a realeza está se aproximando da plébe e vão ter que colocar as coroas de molho. Requentar o banquete real, colocar em uma tappeware, e levar para o serviço será a nova rotina para alguns em Buckinham.

Isso somente se aplica à esses paisinhos como a Inglaterra. Nós não! Somos BRASILEIROS, somos a 6ª MAIOR ECONOMIA DO MUNDO, oras. Para quê conter gastos? Temos dinheiro de sobra. A senhorita Dilma provou isso quando fez um "stop-over;" em Portugal para um jantarzinho com amigos quando viajava de Genebra à Cuba. Isso se mostra aparente quando o então governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, leva até seu cachorro para passear se utilizando de um helicóptero somente para ser usado em agenda oficial. Podemos gozar de tais benefícios sem problemas pessoal. Vocês realmente vêem alguma falta de decoro nisso? Eu sinceramente não. Está tudo absolutamente sob controle  :) 

Já pensou se abrem o Palácio da Alvorada para visitação enquanto a Dilminha não estiver por lá?"